Web1, Web2, Web 3: o que é preciso saber? Os anos foram se passando, as tecnologias evoluíram e os consumidores mudaram, e assim, a internet não poderia ser a mesma.
Vamos entender o que são estes 3 formatos de Web, como impactam as marcas e o que vêm aí no futuro. E para falar sobre esse assunto, convidamos Kenneth Corrêa (Diretor de Estratégia da agência 80 20 Marketing) para explicar o tema e trazer o seu ponto de vista.
Web1, Web 2 e Web 3: o que são?
Consumir. Criar. Ser dono.
Esta é a evolução quando se discute a evolução da internet sobre a ótica da web3. Este termo web3 tem sido defendido como o “futuro da internet”, e quem já está nesse universo há mais tempo deve se lembrar que o termo “Web 2.0” era muito utilizado para se explicar o fenômeno dos blogs e das redes sociais em seguida.
Tentando dar um contexto de etapas (e tempo) para os conceitos, estes podem ser divididos assim:
Web1: 1990 – 2000: o alvorecer da internet. A “rede mundial de computadores” ou “o advento da internet” termos que marcaram época, pois era uma nova tecnologia, que conectava todo o mundo (ou pelo menos 1 bilhão de pessoas da população de 7 bilhões do planeta), mas que ainda era muito próxima da versão anterior dos veículos de comunicação. Era read-only (somente leitura), eram websites surgindo de todas as áreas, mas sempre com a visão de comunicação de uma via, ou seja: minha empresa fala para o mundo o que ela pensa, e o mundo pode ou não “sintonizar” (metáfora para acessar) meu site.
Web2: 2001 – 2020: a popularização da internet. Nos cerca de 20 anos da web 2, saímos de 1 para 5 bilhões de pessoas conectadas. O principal motivo para esse crescimento: a internet passa a ser PARTICIPATIVA. Agora a comunicação tem duas vias, eu como usuário/consumidor/cidadão posso expor minhas opiniões em meu blog, no meu perfil de rede social, ou até mesmo na caixinha de comentários do site de notícias. Quando as pessoas entenderam que TODOS PODEM SER UM VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO, isso foi o fator de atração. Mas, do ponto de vista de centralização, ainda foi um longo período marcado pelo domínio (e crescimento exponencial) de alguns poucos grandes players (Amazon, Apple, Google, Microsoft e Facebook), posicionados como plataformas.
Web3: 2021(*) – ?: a descentralização. A tecnologia blockchain abriu as portas para a implementação, de fato, de uma internet descentralizada. É uma bandeira de independência, e acima de tudo é sobre “Power to the People”. A natureza da internet é descentralizada (desde o começo com a Internet Society, operando como ONG), mas agora estamos em um momento onde falamos sobre moedas digitais não controladas por bancos, discutimos a forma como as grandes empresas de tecnologia lidam com nossos dados, e elegemos (e eliminamos) candidatos a cargos políticos com base no que falamos no Twitter. O balanço de poder vai saindo de grandes e poucas organizações para cada usuário.
Ou seja: a primeira evolução ocorreu por que eu passei a poder participar, e a segunda – que está acontecendo agora – vai ocorrer pois além de participar, serei DONO daquilo que estou participando, com poder de decisão.
(*) O termo ‘Web3’ foi cunhado por Gavin Wood ainda em 2014, mas ganhou tração em 2021, com a revolução das criptomoedas e DeFi (finanças descentralizadas).
O impacto dos novos formatos Web nas marcas e consumidores
É uma mudança 360º. É uma nova forma de encarar a “rede mundial de computadores”, onde eu não só participo, agora sou dono “da porra toda”. Isso para o usuário.
Quando falamos sobre marcas, a preocupação destas é se manter na cabeça das pessoas, e, para garantir que isso ocorra, precisam estar onde as pessoas estão. Para isso, o primeiro passo é estar por dentro dos dados de consumo e uso, que podem ser coletados em diversos relatórios, valendo destacar o We Are Social Report. Este estudo mostra dados importantes como as redes sociais mais usadas no momento:
Mas também, cabe mencionar que estes dados podem ser extraídos de forma segmentada, diretamente em cada uma das plataformas. Em Fevereiro de 2022, por exemplo, foi o primeiro mês da história em que o Instagram obteve mais usuários ativos em um mês (MAU: Monthly Active Users) que o Facebook, globalmente. Acompanhar estes dados para o país ou região em que a marca atua, e até com um corte do perfil de público que atinge, dá à marca um passo à frente dos competidores.
O segundo (e não menos importante), é entender o contexto dos usuários que está impactando. A mesma pessoa é diferente quando está na Twitch (focado em difundir imagens de games), do que quando está no Instagram (procurando inspiração ou passando o tempo), então a comunicação da marca precisa ser diferente em cada uma das duas redes, ainda que esteja promovendo o mesmo conteúdo ou vendendo o mesmo produto em ambas.
E, na web3, o que a marca precisa entender é que, mais do que nunca, a máxima do “cliente tem sempre razão” segue mais forte do que nunca, essa centralidade no cliente, colocá-lo como protagonista do conteúdo, como membro do “Conselho de Usuários” (as Telefônicas começaram a implementar em 2020) ou ainda ceder tokens da marca ou do produto, são algumas das ações que são a cara da web3.
Web 3 e o futuro
Talvez mais correto seja apontar que esse novo formato de web não é o futuro, e sim o presente. Já temos mais investidores (CPFs) em criptomoedas do que na bolsa de valores. Já temos mais de 7.000 moedas disponíveis. A tecnologia blockchain já passou da fase de protótipos para produtos, e até os Governos Estaduais (e o Federal) no Brasil já usam da tecnologia.
Termos como Open Banking ou Open Innovation já são parte do vocabulário de grandes empresas atuando no Brasil.
Kenneth afirma ainda que a agência 80 20 está pronta para expandir seus horizontes rumo a esse novo mundo da Web 3: ‘‘A 80 20 Marketing sempre esteve presente no early stage de várias tecnologias sociais. Pense que já fizemos campanhas no mySpace ou Orkut back in 2008. Também exploramos cada uma das novas: Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, TikTok, Clubhouse. A web3 (com o Metaverso) é a próxima fronteira, uma web global, livre e descentralizada, onde os usuários são os donos dos ativos’’.
Gostou do conteúdo? Se quiser ficar por dentro de novidades sobre esta temática e outras, continue nos acompanhando por aqui!
Comentários